Caso da francesa que foi drogada pelo marido por 10 anos para que estranhos a estuprassem ganhou repercussão no ano passado após denúncia e julgamento dos culpados. Gisèle Pelicot compareceu a quase todas as audiências do julgamento iniciado em setembro
Reuters
Gisèle Pelicot, mulher que se tornou um ícone global pelo julgamento dos homens que a estupraram na França, foi condecorada neste domingo (13) com a Legião de Honra do país.
O país publicou os nomes dos 589 novos cavaleiros da Legião de Honra em uma lista divulgada na véspera do feriado da tomada da Bastilha, 14 de julho.
Pelicot, de 72 anos, foi aplaudida mundialmente em 2024 por sua coragem em testemunhar publicamente durante o julgamento de seu ex-marido, que a drogou por uma década com o objetivo de estuprá-la junto com dezenas de estranhos.
Desde então, ela foi incluída em listas da mídia internacional das pessoas mais influentes do mundo, e seu caso ajudou a promover uma mudança nas leis francesas sobre estupro.
A condecoração, criada em 1802 por Napoleão para recompensar aqueles “que se dedicaram ao interesse geral”, também foi concedida neste ano a acadêmicos e figuras culturais, como o canto Pharrell Williams a atriz Léa Drucker, a cantora veterana Sylvie Vartan e o escritor Marc Levy.
Entre os homenageados estão vários ex-ministros, como o ex-ministro da Justiça, Eric Dupont-Moretti, os ex-porta-vozes do governo
Caso Gisèle Pelicot: francês que dopava a esposa para estupros é condenado
Stéphane Le Foll e Olivier Véran, e o ex-responsável da Economia, Bruno Le Maire.
Também se destaca na lista Yvette Levy, de 99 anos, sobrevivente do campo de extermínio de Auschwitz.
Relembre o caso de Gisèle Pelicot
Por 10 anos, Dominique Pelicot dopou a esposa Gisèle Pelicot e convidou estranhos para ter relações sexuais com ela sem consentimento. Durante todo esse tempo, a vítima não sabia que estava sendo estuprada.
Gisèle só descobriu que era vítima de estupros em 2020, quando Dominique foi preso por importunação sexual contra outras mulheres. À época, a polícia apreendeu um computador usado por ele e encontrou fotos da vítima sendo estuprada por vários homens.
Ao todo, segundo as investigações, Gisèle foi violentada por mais de 70 homens. Destes, 50 também se tornaram réus junto de Dominique e também foram condenados.
O caso ganhou repercussão em setembro de 2024, quando começou o julgamento. Na ocasião, Gisèle abriu mão do direito ao anonimato e resolveu tornar todo o processo público. A vítima disse que tomou essa decisão para impedir que casos semelhantes aconteçam com outras mulheres.
MZ Noticias
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