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Trump volta a ameaçar países do Brics: ‘receberão tarifa de 10% muito em breve’
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Trump volta a ameaçar países do Brics: ‘receberão tarifa de 10% muito em breve’

Republicano indicou que grupo de países está tentando prejudicar os Estados Unidos e destacou que qualquer um que tente desafiá-lo ‘pagará um preço muito alto’. Trump diz que prazo de 1º de agosto para novas tarifas não muda mais
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta terça-feira (8) que os países do Brics serão submetidos a uma tarifa de 10% “muito em breve”. Segundo o republicano, o grupo estaria tentando enfraquecer os EUA e substituir o dólar como moeda padrão global.
“Se eles quiserem jogar esse jogo, tudo bem. Mas eu também sei jogar”, afirmou Trump a jornalistas durante uma coletiva na Casa Branca.
“Qualquer país que fizer parte do Brics receberá uma tarifa de 10%, apenas por esse motivo”, disse, acrescentando que a medida deve ser implementada “muito em breve”.
🔎 O Brics é um grupo de países emergentes que inclui Brasil, Rússia, China, Índia, África do Sul, Emirados Árabes Unidos, Egito, Arábia Saudita, Etiópia, Indonésia e Irã.
“O que eles estão tentando fazer é destruir o dólar para que outro país assuma a posição e torne sua moeda o novo padrão. Perder o padrão mundial do dólar seria como perder uma guerra, uma grande guerra mundial. Não seríamos mais o mesmo país. E não vamos deixar isso acontecer”, completou Trump.
Trump também reiterou sua intenção de manter o dólar como a moeda “rei” no cenário global. “Se alguém quiser desafiar isso, pode até tentar. Mas pagará um preço muito alto”, afirmou o presidente norte-americano.
Em resposta, o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), declarou que os países do Brics são soberanos.
“Não aceitamos intromissão de quem quer que seja”, disse Lula. “Nós defendemos o multilateralismo”.
A nova ofensiva de Trump ocorre apenas um dia após o republicano ameaçar impor uma tarifa adicional de 10% a qualquer país que se alinhasse “às políticas antiamericanas” do Brics, em publicação feita em seu perfil no Truth Social.
Trump não explicou o que entende por “políticas antiamericanas”. Autoridades do governo dos EUA afirmam que não há decreto em elaboração no momento, e que tudo dependerá dos próximos movimentos do bloco.
Essa não foi a primeira vez que o presidente norte-americano ameaçou o grupo de países emergentes. Em novembro do ano passado, Trump já havia exigido que o Brics se comprometessema não criar ou apoiar uma nova moeda que substituísse o dólar, sob pena de sofrerem tarifas de 100%.
A criação de um sistema de pagamentos em moedas locais — ou seja, uma alternativa ao dólar nas transações comerciais entre os países do Brics — é uma das prioridades do Brasil dentro do grupo.
O presidente Lula defende a adoção de uma moeda diferente do dólar para comércio entre países do grupo há anos.
Na véspera, ao comentar a ameaça de Trump de impor tarifas adicionais aos países alinhados ao Brics, Lula afirmou “não achar uma coisa muito responsável e séria” que um presidente da República de um país do tamanho dos EUA ficasse “ameaçando o mundo através da internet”.
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Isso pode prejudicar o Brasil?
As novas ameaças de Trump ao Brics reacenderam preocupações quanto a um possível acordo comercial entre Brasil e Estados Unidos. As negociações ocorrem há meses, mas ainda não houve consenso.
Após as declarações de Trump, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou que “o Brasil não é um problema para os EUA” e defendeu a manutenção do diálogo entre os dois países.
“Os Estados Unidos só têm a ganhar com o Brasil. Nó somos um parceiro muito importante”, afirmou o ministro, reiterando que as alternativas para negociação são “extremamente amplas”.
O novo capítulo do tarifaço
O presidente norte-americano reacendeu as preocupações com a implementação das chamadas “tarifas recíprocas” nesta semana. Na véspera, Trump prorrogou a volta das taxas — suspensas desde abril — para 1º de agosto, ampliando a janela de negociação com parceiros comerciais.
A medida, no entanto, veio acompanhada de cartas enviadas a 14 nações, notificando seus respectivos líderes sobre a cobrança de tarifas entre 25% e 40% a partir do próximo mês — em uma tentativa de acelerar acordos mais favoráveis aos EUA.
As cartas enviadas aos países seguiram um padrão semelhante: Trump afirmou que o gesto representava uma demonstração da “força e do compromisso” dos EUA com seus parceiros e destacou o interesse em manter as negociações, apesar do déficit comercial significativo.
A maioria dos países, no entanto, ainda corre contra o tempo para conseguir fechar um acordo com o governo norte-americano.
Em entrevista a jornalistas nesta terça-feira, Trump afirmou que deve enviar uma carta informando a União Europeia sobre as taxas que serão aplicadas aos produtos do bloco nos próximos dois dias, afirmando que a União Europeia passou a tratar os EUA “muito bem”.
O republicano também afirmou que a China tem sido “justa” nas negociações e comentou manter conversas frequentes com o presidente Xi Jinping.
Novas taxas sobre cobre, semicondutores e produtos farmacêuticos
Trump também anunciou que pretende impor tarifas de 50% sobre o cobre importado ainda nesta terça-feira. A medida está relacionada à investigação da Seção 232, iniciada por ele em fevereiro, que analisa as importações do metal nos EUA.
Além disso, Trump afirmou que anunciará tarifas sobre semicondutores e, em breve, fará um comunicado separado sobre novas taxas para produtos farmacêuticos. Segundo ele, as tarifas sobre medicamentos podem chegar a 200%, mas haverá um período para que as farmacêuticas “se organizem”.
“Vamos anunciar tarifas sobre produtos farmacêuticos, chips e várias outras coisas — coisas grandes”, disse Trump a repórteres, ao comentar a nova tarifa sobre o cobre. Ele não especificou quando os demais anúncios serão feitos.
*Com informações da agência de notícias Reuters
O presidente dos EUA, Donald Trump
Ken Cedeno/Reuters

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