Hugo Calderano impedido de entrar nos EUA: como funciona a regra que barrou o atleta por ter visitado Cuba
EUA restringem entrada de viajantes que visitaram Cuba, como Hugo Calderano, desde 2023, durante o governo Biden. Hugo Calderano, atleta do tênis de mesa, é fluente em 7 idiomas
Stephanie Lecocq/Reuters
Os Estados Unidos usaram uma regra de 2015 para impedir a entrada do mesatenista Hugo Calderano no país. Segundo a assessoria do atleta brasileiro, ele foi barrado por ter visitado Cuba em 2023, para disputar um campeonato.
✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp
Calderano tentou entrar nos EUA por meio de uma dispensa de visto previsto para cidadãos de 42 países. Ele usou passaporte de Portugal, contemplado pelo programa; o Brasil não é beneficiado. (Veja lista de países aceitos mais abaixo).
O programa permite viagens aos EUA de até 90 dias a passeio ou a negócios, desde que determinadas regras sejam cumpridas. Basta preencher um formulário chamado de ESTA (sigla em inglês para “Sistema Eletrônico para Autorização de Viagem”). No entanto, segundo a lei dos EUA, o benefício é revogado se um cidadão tiver viajado para um dos países de uma “lista de banidos”, entre os quais Coreia do Norte, Irã, Iraque, e Cuba.
Segundo o texto da isenção de visto, pessoas que tenham visitado o país da América Central a partir de 12 de janeiro de 2021 —caso de Hugo Calderano— terão que fazer um pedido para um visto americano regular.
A regra foi implementada em 2015 com uma norma de “Prevenção à Circulação de Terroristas”. Cuba foi incluída em 2023, durante o governo do democrata Joe Biden.
Hugo Calderano esteve em Cuba em 2023, para disputar o Campeonato Pan-Americano e a qualificação para os Jogos Olímpicos de Paris, que ocorreram em 2024.
A assessoria de Calderano afirmou ao globoesporte que tentou contornar a situação e obter um visto regular emergencial para que ele pudesse disputar um campeonato em Los Angeles, a partir de sexta-feira, porém sem sucesso.
Programa de isenção de visto
Segundo o governo dos EUA, o programa de isenção de visto “permite que a maioria dos cidadãos de países participantes” viaje aos Estados Unidos para turismo ou negócios por um período de até 90 dias sem a necessidade de obter um visto, desde que o ESTA tenha sido preenchido antes da viagem.
O preenchimento do formulário digital ESTA inclui uma taxa de US$ 21 (cerca de R$ 114), significativamente mais barata que um visto, que passa dos R$ 1.000.
Veja abaixo a lista de países aceitos no programa de isenção de visto dos EUA:
Alemanha;
Andorra;
Austrália;
Áustria;
Bélgica;
Brunei;
Catar;
Chile;
Coreia do Sul;
Croácia;
Dinamarca;
Eslováquia;
Eslovênia;
Espanha;
Estônia;
Finlândia;
França;
Grécia;
Hungria;
Irlanda;
Islândia;
Israel;
Itália;
Japão;
Letônia;
Liechtenstein;
Lituânia;
Luxemburgo;
Malta;
Mônaco;
Noruega;
Nova Zelândia;
Países Baixos;
Polônia;
Portugal;
Reino Unido (moradores da Inglaterra, Escócia, País de Gales, Irlanda do Norte e ilhas britânicas);
República Tcheca;
San Marino;
Singapura;
Suécia;
Suíça;
Taiwan (a ilha é tratada como um país pelo programa americano).