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Parlamento do Irã aprova suspensão da cooperação com agência de supervisão nuclear da ONU após ataques de Israel e EUA
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Parlamento do Irã aprova suspensão da cooperação com agência de supervisão nuclear da ONU após ataques de Israel e EUA

Aprovação ocorreu no dia seguinte ao cessar-fogo no conflito direto entre Israel e Irã, após 12 dias de troca de ataques aéreos. Uma imagem de satélite mostra caminhões posicionados perto da entrada da instalação de enriquecimento de combustível de Fordow, próxima a Qom, Irã, em 19 de junho de 2025
Maxar Technologies/Divulgação via REUTERS
O Parlamento iraniano aprovou nesta quarta-feira (25) a suspensão da cooperação com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), um dia após a entrada em vigor do cessar-fogo proposto pelo presidente americano Donald Trump. O Irã foi alvo de uma série de ataques israelenses e americanos contra suas centrais nucleares nos últimos doze dias.
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“A AIEA, que se recusou a condenar, nem que fosse minimamente, o ataque às instalações nucleares iranianas, comprometeu sua credibilidade internacional. (…) A Organização Iraniana de Energia Atômica suspenderá sua cooperação com a AIEA enquanto a segurança das instalações nucleares não for garantida”, declarou o presidente do Parlamento iraniano, Mohammad Bagher Ghalibaf, após a votação dos deputados a favor da suspensão da cooperação com a agência.
No Parlamento, de 290 cadeiras, 221 legisladores votaram a favor e um optou pela abstenção. Não houve nenhum voto contra, segundo a TV estatal iraniana.
Segundo um relatório confidencial da Defense Intelligence Agency (Agência de Inteligência de Defesa, em português) do Exército americano, que vazou para a imprensa nesta terça-feira (24), “o programa nuclear iraniano teria sido, na melhor das hipóteses, atrasado por alguns meses” após os ataques de domingo passado a três principais locais nucleares. Segundo o documento, os danos seriam bem menores do que os anunciados pelo governo americano. 
O relatório revelou que apenas as partes superiores das centrais nucleares de Fordo e Natanz teriam sido destruídas pelas bombas americanas e mísseis israelenses. 
Os ataques teriam obstruído as entradas de algumas instalações sem afetar os edifícios subterrâneos. De acordo com o documento, as principais centrífugas também continuam intactas, e os 400 quilos de urânio altamente enriquecido, que supostamente estavam nos locais visados, continuam desaparecidos. Eles teriam sido deslocados antes dos ataques. 
“Os locais nucleares no Irã estão destruídos”  A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, confirmou a autenticidade do relatório, mas declarou que ele era “totalmente equivocado”. O vazamento da informação, disse, “é uma tentativa evidente de diminuir o presidente Trump e os pilotos corajosos que executaram perfeitamente sua missão de destruir o programa nuclear iraniano”, escreveu no X. 
No entanto, essas informações, se forem confirmadas, contradizem completamente as declarações do presidente americano. Dois dias antes da publicação do relatório, ele anunciou que as instalações nucleares haviam sido completamente destruídas, informação que ele reiterou nesta quarta-feira. 
Falta de transparência Nesta terça-feira, membros da CIA e generais deveriam apresentar elementos confidenciais sobre os ataques ao Senado e à Câmara. Elas acabaram sendo canceladas, oficialmente por indisponibilidade de alguns responsáveis. 
A situação provocou indignação entre os parlamentares. Hakeem Jeffries, líder dos democratas na Câmara dos Representantes, disse que nenhum elemento foi apresentado ao povo americano ou ao Congresso para confirmar que o programa nuclear do Irã foi “completamente e totalmente destruído”. 
A falta de transparência sobre a operação “Midnight Hammer” levou Donald Trump a reagir em sua rede, Truth Social. “Todos que dizem que as bombas não destruíram tudo, querem apenas minar o sucesso do presidente.” 
Nesta terça-feira, o governo iraniano anunciou que “tomou as medidas necessárias” para garantir a continuidade de seu programa nuclear. Um conselheiro do aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do Irã, afirmou que o país ainda possui estoques de urânio enriquecido e que “a partida não terminou”. 
Já o Exército israelense estimou nesta terça-feira que ainda é “cedo demais” para avaliar os danos causados ao programa nuclear iraniano. “Ainda é cedo para avaliar os resultados da operação”, declarou o porta-voz do Exército israelense, Effie Defrin, durante uma coletiva de imprensa. “Acredito que demos um golpe duro ao programa nuclear, e também posso dizer que o atrasamos por vários anos”, acrescentou o porta-voz. 
Cessar-fogo  O cessar-fogo negociado pelo presidente americano Donald Trump entre Irã e Israel continua em vigor nesta quarta-feira. O emissário de Donald Trump, Steve Witkoff, declarou nesta terça-feira à noite que as discussões entre os Estados Unidos e o Irã eram “promissoras” e que Washington esperava um acordo de paz de longo prazo. 
“Já estamos conversando, não apenas diretamente, mas também por meio de intermediários. Acho que essas conversas são promissoras. Esperamos poder concluir um acordo de paz de longo prazo”, disse ele em entrevista à Fox News. “Cabe agora a nós sentarmos com os iranianos e chegarmos a um acordo de paz abrangente, e estou convencido de que conseguiremos”, acrescentou Steve Witkoff. 
O conflito entre Israel e Irã começou na sexta-feira, 13 de junho, após uma série de bombardeios israelenses que tinham por objetivo destruir o programa nuclear iraniano. Os ataques israelenses causaram centenas de mortes no Irã, e os mísseis disparados pelo Irã em retaliação causaram 28 mortes em Israel.

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