‘Tragédia no vulcão’: imprensa internacional repercute morte de brasileira que caiu em trilha na Indonésia
Corpo de Juliana Marins, de 26 anos, foi encontrado pelas equipes de resgate nesta terça-feira (24) – quatro dias após queda em trilha do Monte Rinjani. Juliana Marins foi achada morta em trilha de vulcão; Monte Rinjani, na Indonésia, em foto de dezembro de 2014
Skyseeker/Flickr/Creative Commons
A imprensa internacional repercutiu nesta terça-feira (24) a notícia da morte da brasileira Juliana Marins, de 26 anos, cujo corpo foi encontrado nas proximidades de um vulcão na Indonésia.
No último sábado (21), Juliana caiu em um penhasco na trilha rumo ao cume do Monte Rinjani, no país asiático. Foram quatro dias de operação de resgate, que, segundo o Itamaraty, foi dificultado pelas condições meteorológicas na região.
INFOGRÁFICO: como foi a queda de brasileira achada morta em vulcão na Indonésia
Nesta terça, a equipe de resgate conseguiu chegar até o local onde Juliana Marins estava, mas ela foi encontrada sem vida, segundo familiares.
Veja abaixo a reação de veículos de diversos países ao redor do mundo:
The Sun, Reino Unido
The Sun, Reino Unido
Reprodução
O tabloide britânico “The Sun” informou que Juliana estava desaparecida há quatro dias, período em que equipes de resgate tentaram localizá-la.
O jornal destacou o caso com a manchete “Tragédia no vulcão” e informou que Juliana fazia trilha com um pequeno grupo quando perdeu o equilíbrio e despencou de uma altura superior a 480 metros.
Quem foi Juliana Marins, brasileira morta na Indonésia
Daily Mail, Reino Unido
Daily Mail, Reino Unido
Reprodução
Outro tabloide britânico, o “Daily Mail”, também noticiou a morte da brasileira. Na matéria, o veículo destacou que a jovem escorregou durante a trilha no último dia 21 de junho e despencou até uma área de difícil acesso na ilha de Lombok.
Ainda de acordo com o jornal, ela chegou a ser vista por turistas que ouviram seus gritos de socorro. A confirmação da morte foi feita por familiares por meio de uma postagem nas redes sociais.
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Clarín, Argentina
Clarín, Argentina
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O jornal argentino “Clarín” também destacou a morte da jovem Juliana Marins. Além da cobertura sobre a busca, o veículo informou que o parque nacional foi fechado temporariamente a turistas para facilitar as operações de resgate, que envolveram seis equipes especializadas e dois helicópteros em meio a neblina e terreno instável.
“Enfrentando condições extremas, em terrenos perigosos e condições climáticas difíceis, com muita neblina, seis equipes especializadas e dois helicópteros a procuraram na manhã de terça-feira”, afirmou a reportagem, que também trouxe um mapa do local do acidente.
Juliana era de Niterói (RJ), formada em Publicidade pela UFRJ, e viajava sozinha pela Ásia desde fevereiro.
La Nación, Argentina
La Nación, Argentina
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O “La Nación”, da Argentina, trouxe duas reportagens sobre a jovem, inlcuindo um perfil da dançarina. Segundo uma amiga de Juliana, a advogada Flávia Dela Libera Vieira, a viagem era um sonho de longa data da niteroiense. Elas se conheceram em 2016, quando a publicitária cursou, por um breve período, Direito na Universidade Federal de Uberlândia (UFU).
BBC, Reino Unido
BBC, Reino Unido
Reprodução
A BBC também repercutiu o caso da jovem brasileira, confirmando sua morte após ela cair nas proximidades do vulcão ativo.
“Com grande tristeza, informamos que ela não sobreviveu. Continuamos muito gratos por todas as orações, mensagens de carinho e apoio que recebemos”, afirmou a reportagem, citando declaração da família de Juliana nas redes sociais.
A operação de resgate, que envolveu cerca de 50 pessoas, enfrentou terreno extremo e condições climáticas adversas, dificultando o acesso ao local onde o corpo foi encontrado, a 600 metros de distância do local da queda. A família também questionou a ausência de fechamento da trilha após o acidente.
The New York Times, EUA
The New York Times, EUA
Reprodução
Ao noticiar o fato de que a brasileira foi encontrada morta nesta terça-feira, o “The New York Times” destacou que o Monte Rinjani é o segundo vulcão mais alto da Indonésia, com 3.726 metros de altitude, famoso por oferecer vistas deslumbrantes de Lombok e das ilhas vizinhas.
“[O local] também atrai muitos visitantes. Um dos principais atrativos é o impressionante lago vulcânico de águas azul-escuras, que repousa em sua caldeira a cerca de 2.000 metros acima do nível do mar”, informou o jornal.
Le Parisien, França
Le Parisien, França
Reprodução
O francês “Le Parisien” também noticiou o fato de que Juliana foi localizada por drones e acrescentou que o resgate foi dificultado pelo terreno extremamente acidentado e pela forte neblina que impediu a atuação de helicópteros.
Durante os últimos dias, as equipes conseguiram descer apenas metade da profundidade necessária para alcançá-la, e quando finalmente chegaram ao local, nesta terça-feira (24), a jovem já não apresentava sinais de vida.
RTL Deutschland, Alemanha
RTL Deutschland
Reprodução
A reportagem do portal alemão “RTL Deutschland” destacou que Juliana pediu uma pausa durante a trilha e acabou ficando para trás nesse processo.
No texto, o veículo também informou que o guia local seguiu adiante e, ao retornar, não conseguiu encontrá-la.
“Foram dias de medo, esperança e apelos — mas agora há uma triste certeza. Juliana Marins, de 26 anos, foi encontrada morta. A jovem brasileira caiu no fim de semana enquanto fazia uma trilha em uma encosta íngreme do vulcão indonésio Monte Rinjani. Ela ficou desaparecida por vários dias”, afirmou a reportagem.
SIC Notícias, Portugal
SIC Notícias
Reprodução
Além de relatar o acidente, o portal português “SIC Notícias” destacou que o governo brasileiro, criticado pela demora na atuação, só confirmou oficialmente a morte após o anúncio da família.
A emissora também reproduziu nota do Itamaraty, segundo a qual “a embaixada do Brasil em Jacarta mobilizou as autoridades locais, no mais alto nível, para a tarefa de resgate”, e informou que o corpo foi localizado após quatro dias de buscas em meio a neblina e terreno instável.
CBS News, EUA
CBS News, EUA
Reprodução
A emissora norte-americana “CBS” também repercutiu o caso em seu portal, destacando que a área onde Juliana caiu é bastante popular entre escaladores e trilheiros. Segundo a reportagem, as tentativas de resgate foram dificultadas pelo clima instável e pelo terreno acidentado, mesmo após o corpo da jovem ter sido localizado por um drone.
“O chefe da agência nacional de busca e resgate da Indonésia, Mohammad Syafii, disse que os socorristas a encontraram inconsciente e iriam retirar seu corpo na manhã de quarta-feira devido ao mau tempo”, destacou a reportagem.
Nota do governo
Na nota divulgada, o Itamaraty disse que a embaixada do Brasil em Jacarta mobilizou as autoridades locais para o resgate e acompanhava os trabalhos de busca desde que foi informada da queda de Juliana no Monte Rinjani.
“O governo brasileiro transmite suas condolências aos familiares e amigos da turista brasileira pela imensa perda nesse trágico acidente”, afirmou o Itamaraty.
No último domingo (22), o Fantástico, da TV Globo, mostrou que até o embaixador do Brasil na Indonésia, George Monteiro Prata, repassou informações falsas à família de Juliana, acreditando serem verdadeiras.
Os relatos incorretos teriam sido passados por autoridades locais.
“Infelizmente, nem sempre recebemos, no início, as informações corretas. Foi o que me fez dizer que a equipe de salvamento já tinha chegado a ela, o que depois soubemos que não era verdade. Peço desculpas”, afirmou o diplomata à irmã de Juliana Marins, Mariana, em contato telefônico no domingo.
A tragédia
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Natural de Niterói (RJ), Juliana era formada em Publicidade e Propaganda pela UFRJ e atuava como dançarina de pole dance.
Desde fevereiro, ela fazia um mochilão pela Ásia e já havia visitado Filipinas, Vietnã e Tailândia antes de chegar à Indonésia.
Na Ilha de Lombok, vizinha a Bali, fica o Monte Rinjani, vulcão ainda ativo que se eleva a 3.721 metros de altitude. Ao redor dele fica um lago.
O acidente ocorreu na madrugada de sábado (21) na Indonésia, meio da tarde de sexta (20) no Brasil. Juliana e mais 6 turistas pegaram a trilha, auxiliados por 2 guias, segundo as autoridades do parque.
A família de Juliana afirma que ela foi abandonada pelo guia por mais de 1 hora antes de sofrer o acidente.
“A gente descobriu isso em contato com pessoas que trabalham no parque. Juliana estava nesse grupo, porém ficou muito cansada e pediu para parar um pouco. Eles seguiram em frente, e o guia não ficou com ela”, disse a irmã, Mariana, em entrevista ao Fantástico.
“O guia seguiu com o grupo até o cume que eles iam alcançar, e Juliana ficou sozinha por mais de uma hora”, acrescentou Mariana.
Segundo informações do parque, Juliana teria entrado em desespero. “Ela não sabia para onde ir, não sabia o que fazer. Quando o guia voltou, porque viu que ela estava demorando muito, ele viu que ela tinha caído lá embaixo”, relata a irmã da brasileira.
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Arquivo pessoal
Em entrevista ao jornal “O Globo”, o guia Ali Musthofa, de 20 anos, confirmou os relatos da imprensa local de que aconselhou a niteroiense a descansar enquanto seguia andando.
Ele afirmou, no entanto, que o combinado era apenas esperá-la um pouco mais à frente da caminhada.
Segundo Ali, que atua na região desde novembro de 2023 e costuma subir o Rinjani duas vezes por semana, ele ficou apenas “três minutos” à frente de Juliana e voltou para procurá-la ao estranhar a demora da brasileira para chegar ao ponto de encontro.