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O que são as bombas de fragmentação que Israel diz terem sido usadas pelo Irã
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O que são as bombas de fragmentação que Israel diz terem sido usadas pelo Irã

Submunições teriam atingido a região central do território israelense, segundo militares; armamento foi usado pela primeira vez na Segunda Guerra Mundial e é conhecido pelo alto poder de destruição. Israel amplia ataques contra Irã e bombardeia quatro alvos-chave
Israel afirmou na quinta-feira (19) que o Irã disparou pela primeira vez um míssil com bomba de fragmentação na guerra entre os dois países. Segundo os militares israelenses, a ogiva se abriu a cerca de 7 km de altitude e espalhou 20 submunições sobre uma área de 8 km no centro de Israel. Uma delas atingiu uma casa na cidade de Azor, mas não há relatos de vítimas, de acordo com a Reuters.
O ataque marca um novo capítulo na escalada militar entre Teerã e Tel Aviv, que já dura sete dias. As autoridades israelenses acusam o Irã de tentar ampliar o número de vítimas civis ao utilizar esse tipo de armamento.
O que são bombas de fragmentação?
EUA anunciam o envio de bombas de fragmentação, capazes de grande destruição, para a Ucrânia
Jornal Nacional/ Reprodução
As bombas de fragmentação — também conhecidas como “cluster bombs” — são armamentos projetados para se abrir no ar e liberar várias submunições sobre um território extenso. Essas pequenas bombas têm como alvo principal áreas amplas, podendo atingir simultaneamente soldados, veículos e infraestruturas.
De acordo com o Comitê Internacional da Cruz Vermelha, elas teriam sido projetadas durante a Guerra Fria e “foram usadas pela primeira vez durante a Segunda Guerra Mundial e existe uma grande proporção das munições cluster atualmente estocadas”.
O uso em áreas civis é considerado extremamente perigoso, já que muitas submunições não explodem no momento do impacto e permanecem ativas no solo — funcionando como minas terrestres. O que significa que podem ferir ou matar civis anos após o fim dos conflitos.
Por que elas são tão criticadas?
Devido à ampla dispersão e à falha de detonação de parte das submunições, as bombas de fragmentação são consideradas por organizações internacionais como uma das armas mais letais para civis.
Em 2008, mais de 110 países assinaram, em Dublin (Irlanda), a Convenção sobre Munições Cluster — um tratado internacional que proíbe o uso, desenvolvimento, armazenamento e transferência desse tipo de armamento. O acordo estabelece que os países signatários se comprometem a nunca:
utilizar munições de fragmentação;
desenvolver, produzir, adquirir ou manter esse tipo de arma, de forma direta ou indireta;
colaborar ou incentivar qualquer ação que contrarie os termos do tratado.
Potências militares como Estados Unidos, Rússia e Ucrânia não aderiram à convenção e, por isso, não estão legalmente vinculadas às suas restrições.
O Brasil também está fora da lista de signatários. Em 2017, um relatório da organização Human Rights Watch denunciou o uso de bombas de fragmentação de fabricação brasileira em ataques a escolas no Iêmen, realizados dois anos antes por uma coalizão liderada pela Arábia Saudita.
Na ocasião, Steve Goose, diretor da divisão de armas da Human Rights Watch e presidente da Coalizão Contra Munições Cluster, criticou duramente a postura brasileira. “O Brasil deve reconhecer que munições cluster são armas proibidas que nunca devem ser fabricadas, enviadas ou usadas devido aos danos que causam a civis”, afirmou. Ele também apelou para que tanto o Brasil quanto a coalizão saudita se unam ao tratado.
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Rússia e Ucrânia
O uso de bombas de fragmentação voltou ao debate internacional em 2023, quando os Estados Unidos forneceram esse tipo de armamento para a Ucrânia usar contra as tropas russas. Kiev afirma que Moscou também empregou munições semelhantes.
No caso atual, o porta-voz militar israelense, general de brigada Effie Defrin, acusou o Irã de buscar intencionalmente o dano a civis. “O regime terrorista até mesmo usou armas com ampla dispersão para maximizar o escopo dos danos”, disse em coletiva.
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