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Indícios fortaleceram ataque de Israel ao Irã

Diante do impasse nas negociações entre os EUA e o regime teocrático para um acordo nuclear, Trump admitiu risco de ofensiva israelense. Imagens mostram fumaça em Teerã
Os indícios de um iminente ataque de Israel ao Irã se expandiram nos últimos dias. Eram muitos. As negociações entre EUA e a República Islâmica para um acordo que limite o programa nuclear do país pareciam naufragar quando o próprio presidente americano admitia estar menos confiante de que o regime aceitaria a demanda principal — de parar de enriquecer urânio. 
Questionado sobre a possibilidade de um ataque, Trump reconheceu nesta quinta-feira (12) o risco do confronto: “Não quero dizer iminente, mas é algo que pode muito bem acontecer”.   
Israel lançou o que chamou de ataques preventivos a instalações nucleares iranianas e decretou estado de emergência no país, preparando a população para uma retaliação do regime teocrático. O premiê Benjamin Netanyahu temia perder a oportunidade de enfrentar um Irã enfraquecido e teria sinalizado ao governo americano e a autoridades europeias de que as forças armadas estavam prontas para lançar uma operação militar contra o país.
 Somou-se a esta disposição a resolução da Agência Internacional de Energia Atômica aprovada nesta quinta-feira contra o Irã, pela primeira vez em 20 anos, por não cumprir suas obrigações de não proliferação nuclear.  O regime teocrático qualificou a resolução como censura e  notificou a agência de vigilância da ONU de que havia construído uma terceira instalação de enriquecimento de urânio capaz de produzir material físsil para fabricar uma arma nuclear. 
Antevendo o risco de uma ofensiva de Israel, o governo americano determinou na véspera a retirada do pessoal não essencial de embaixadas de países do Oriente Médio, como Iraque, Bahrein e Kuwait. E, sob o temor de um contra-ataque de mísseis iranianos, os EUA proibiram também seus funcionários de se afastarem da região metropolitana de Tel Aviv. 
Até agora, Benjamin Netanyahu vinha cedendo às pressões de Donald Trump para não atacar o Irã enquanto as negociações diplomáticas estivessem em andamento. Mas as conversas empacaram em Omã, e o prazo de 60 dias estabelecido pelo presidente americano para o regime aceitar um novo acordo nuclear expirou nesta quinta-feira.
 A sexta rodada, quando o Irã deveria apresentar sua contraproposta, está marcada para domingo (15), embora ainda não confirmada. “Eles parecem estar enrolando, e acho isso uma pena. Estou menos confiante agora do que há alguns meses. Algo aconteceu com eles”, constatou o presidente americano esta semana em um podcast transmitido pelo “New York Post”.  
O jogo de cena se desenrolou em diversos cenários, com advertências recíprocas entre os atores principais. Israel fez saber que o momento era o ideal para atacar, impondo também mais pressão para o regime negociar com os EUA.  O Irã realizou exercícios militares e alertou que, se fosse atacado, retaliaria em escala maior do que as ofensivas de abril e outubro do ano passado. 
Com a ofensiva israelense já iniciada, torna-se necessário entender se o país atua de forma unilateral ou em coordenação com o governo americano.  Uma autoridade americana antecipou à CNN que não houve envolvimento ou assistência dos EUA nos ataques realizados por Israel no Irã.
 No entender de Amos Harel, colunista militar do jornal “Haaretz”, os dois cenários produziriam efeitos muito diferentes, sobretudo se Israel atuasse de forma independente, sem coordenação com os EUA e contra o aviso explícito do presidente. 
“Israel precisa dos EUA tanto para reforçar seus sistemas de defesa antimísseis em caso de um contra-ataque iraniano, quanto no futuro, se surgir a necessidade de uma ofensiva aérea contínua contra o Irã, com múltiplas incursões e rodadas”, ponderou.

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